A História de Um Gigante
De como começou o maior time da nação até sua relação com o autor deste blog
10/11/2024


A história do Clube de Regatas do Flamengo é tão épica quanto um daqueles jogos em que o time está perdendo até os 45 do segundo tempo, mas consegue virar com raça e coração. Fundado em 1895, o Flamengo nasceu no Rio de Janeiro, inicialmente como um clube de remo. E é aí que começa a primeira virada, porque, convenhamos, ninguém hoje em dia associa o nome Flamengo a barcos. O que começou nas águas tranquilas da Baía de Guanabara se transformaria em uma verdadeira tormenta para os adversários no futebol, décadas depois .
A virada do remo para o futebol veio em 1911, quando alguns insatisfeitos jogadores de outro clube carioca resolveram que estava na hora de dar novos rumos à vida esportiva. Assim, o Flamengo criou seu departamento de futebol em 1912. A partir daí, a caminhada começou, e a Gávea, sede do clube, se tornaria o palco de algumas das maiores glórias do futebol brasileiro .
Os Anos de Ouro: O Nascimento de uma Nação
Se tem algo que o Flamengo sabe fazer é abraçar sua torcida. E isso ficou claro nos anos 30 e 40, quando o time começou a dominar o cenário carioca com uma sequência de conquistas no Campeonato Carioca, colocando o Rubro-Negro no mapa como uma potência. Mas o ponto de virada mesmo, aquela jogada que muda o jogo, veio em 1980, quando um tal de Zico – também conhecido como “Galinho de Quintino” – decidiu elevar o nível do futebol no Brasil.
O Flamengo dos anos 80 foi uma máquina implacável, conquistando títulos importantes, mas o mais emblemático de todos veio em 1981, quando o clube levantou sua primeira taça da Copa Libertadores da América. Com Zico comandando o time e figuras lendárias como Júnior, Leandro e Nunes, o Flamengo também conquistou o Mundial de Clubes naquele ano, vencendo o Liverpool por 3 a 0 no Japão .
Zico: O Maestro da Orquestra Rubro-Negra
Falar da história do Flamengo sem mencionar Zico seria como falar de um jogo sem comentar o gol da vitória. Zico é considerado por muitos o maior jogador que já vestiu a camisa rubro-negra. Ao longo de sua carreira no clube, ele marcou mais de 500 gols, colocando o Flamengo em um patamar de respeito mundial. Zico é sinônimo de Flamengo, e sua idolatria é tamanha que sua imagem segue viva até hoje, não só nas conversas de bar, mas também nas decisões do time.
Com ele, o Flamengo viveu uma década de ouro, conquistando Brasileiros, Libertadores, Mundiais, e principalmente, o respeito de qualquer adversário que ousasse pisar no Maracanã, o templo rubro-negro. E, claro, foi com essa geração que o Flamengo consolidou sua identidade: não é só um time que vence, é um time que encanta .
A Era de Desafios e Redescobertas
Mas nem tudo é mar de rosas. Como qualquer gigante, o Flamengo teve seus momentos de baixa. Na década de 90 e início dos anos 2000, o clube enfrentou dificuldades financeiras e alguns anos de vacas magras. Mesmo assim, o Flamengo continuou a se manter forte, conquistando títulos importantes no cenário estadual e, claro, mantendo sua torcida fiel, a famosa Nação Rubro-Negra.
Aliás, se há algo que define o Flamengo é a torcida. A Nação é um espetáculo à parte. Quando o Flamengo joga, o Maracanã vira uma verdadeira panela de pressão, com 50, 60, 70 mil flamenguistas empurrando o time o tempo todo. Essa força vinda das arquibancadas foi fundamental em momentos decisivos, como na conquista do hexacampeonato brasileiro, em 2009, quando o time de Andrade, Adriano e Petkovic fez história .
A Redenção e a Nova Era de Ouro
Se o Flamengo dos anos 80 era uma máquina, o Flamengo da década de 2010 para cá veio para lembrar o mundo por que é o time mais temido do Brasil. A redenção começou em 2019, quando o clube, sob o comando de Jorge Jesus, viveu um dos melhores anos de sua história. Aquele Flamengo foi avassalador, vencendo o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores no mesmo ano, algo que não acontecia há décadas no futebol brasileiro.
O time de 2019, com Gabigol, Bruno Henrique, Arrascaeta e companhia, jogava um futebol moderno, ofensivo e, acima de tudo, letal. A final da Libertadores contra o River Plate, com a virada histórica nos minutos finais, virou símbolo da garra rubro-negra. Aquele gol de Gabigol, aos 92 minutos, foi o equivalente a um gol no Maracanã lotado: ninguém segura .
O Flamengo continuou sua ascensão, conquistando a Libertadores novamente em 2022 e consolidando-se como um dos maiores vencedores da competição. O clube, que já havia mostrado ao Brasil do que era capaz, agora mostrava à América do Sul que o Flamengo estava de volta ao topo, mais forte do que nunca.
A Paixão que Não Morre Jamais
O Flamengo é muito mais do que um clube de futebol. É um símbolo de paixão, de luta e de superação. Cada título, cada conquista, cada derrota sofrida fazem parte de uma história que não para de crescer. Seja nas águas da Baía de Guanabara ou nos gramados do Maracanã, o Flamengo continua a fazer história. E essa história não é só contada pelos títulos, mas pela paixão de milhões de torcedores espalhados pelo Brasil e pelo mundo.
Se tem uma coisa que o Flamengo sabe fazer, é deixar sua marca. Pode ser em uma virada histórica, em uma goleada épica ou em uma decisão dramática nos pênaltis. O Flamengo não joga para vencer; ele joga para encantar, para fazer história. E essa história está longe de acabar. A Nação pode esperar que, com Filipe Luís no comando e o futuro já em planejamento, o Flamengo continuará a ser o gigante que nunca deita .
A Minha História
Eu me lembro como se fosse ontem, o dia em que o Flamengo se tornou mais do que apenas um time para mim. Eu era moleque, uns oito ou nove anos, e o Flamengo estava naquela fase de altos e baixos que todo torcedor conhece bem. Meu pai, aquele flamenguista roxo, vivia dizendo que, quando a fase era boa, não tinha nada igual. “O Mengão é a alegria do nosso coração”. Mas até então, eu não entendia direito esse amor todo.
Aí veio 1992, final do Brasileiro. Flamengo x Botafogo. Meu pai me levou ao Maracanã pela primeira vez. O estádio era imenso, cheio de gente, aquela energia que eu nunca tinha sentido antes e eleme explicou cada detalhe, cada canto da torcida, como se fosse uma história que ele estava me contando há anos. O jogo, a tensão, a explosão de alegria com o gol do Júnior… até hoje eu lembro do abraço do meu pai, com os olhos cheios de lágrimas, e foi aí que entendi: Flamengo é mais que futebol.
Aquele sentimento, de pertencimento, de orgulho, ficou comigo. E, quando ele faleceu anos depois, ainda jovem, era o Flamengo que me mantinha conectado a ele. Cada jogo que eu assistia, era como se ele estivesse ali comigo, no estádio, cantando junto. Foi por isso que eu decidi criar esse site. Não é só para falar de futebol, é para manter viva essa conexão, para lembrar que o Flamengo une gerações, famílias, e é parte da nossa identidade. É minha forma de homenagear meu pai, e de compartilhar com o mundo essa paixão que a gente sente, porque todo flamenguista tem uma história como essa.



